quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Alguém feliz...


- Eu tenho valor!
- Tem, é? Pois eu tenho mais!
- Tem mais?
- Sim. Eu tenho dinheiro, você provavelmente não!
- Isso não faz de você um ser humano e o valor que me refiro é a dignidade, caráter, humildade...
- Ah, é isso? E quem liga?
- Quem liga?! Você não?
- Hoje em dia ninguém mais se importa com essas coisas. Se tem dinheiro, pode-se tudo.
- Como pode dizer uma coisa dessa?!
- Você não entende isso porque não tem dinheiro suficiente. Não tem poder, não é feliz.
- Não sou feliz? Então, me responda uma coisa: Você é realmente feliz?
- Feliz? É claro que sou! Eu já te disse, eu tenho muita grana, muito poder, eu posso ter muita coisa.
- Pode-se realmente ter todo o dinheiro do mundo, meu caro, e ser um tremendo miserável em espírito. Um verdadeiro infeliz...
- Infeliz...!?
- Sim. Você compra tudo o que deseja, carros, apartamentos, ternos como este que usa porque tem dinheiro, mas você tem amor próprio e ao próximo?
- Não me venha com essa história...
- Eu tenho valor mesmo sem nenhum tostão no bolso. Você, apesar de um milionário, é um pobre solitário...
- Você não me conhece tão bem, não deveria falar assim comigo!
- Diga-me, então, quando foi a última vez que conversou com um amigo de verdade?
- Eu... Err... Hã... Tenho sócios, funcionários, subordinados... Mas... Nenhum amigo.
- Isso não me espanta... Já se apaixonou, amou alguém?
- Errr... acho que não. Não...
- Pois bem... Está vendo esse belo jardim?
- Sim...
- Não precisou de dinheiro nenhum para ele ser feito. E ainda sim, é um belo jardim, não acha?
- Sim... Mas o jardineiro precisa ser pago para cuidá-lo.
- Eu te garanto, o jardineiro que cuida não faz questão alguma de ser pago por esse "trabalho"...
- Olha, não estou entendendo aonde você quer chegar com essa conversa, e se não está me pedindo grana, então, eu não tenho mais o que fazer aqui.
- Tem certeza?
- É claro!
- Não vou te segurar, mas deixe-me terminar... Eu cuido desse jardim há muito tempo. Nunca recebi dinheiro por isso e nunca pedi e mesmo assim sou sempre retribuído, veja como ele é um lindo jardim! Estar aqui e admirar essa paisagem, para mim, é um enorme privilégio. Cultivar o bem, traz o bem. Fiz e cuido do jardim para atrair as mais belas borboletas. Você, talvez, nem faz ideia do quanto me sinto honrado quando várias delas pairam sobre minhas flores. Como consequência, as pessoas páram só para observar o meu feito e compartilham do mesmo júbilo. Ao mesmo tempo, contribuo para a beleza da cidade e para o bem-estar das pessoas, sem pedir nada em troca. Porque o simples fato das pessoas olharem, elogiarem e usufruírem desse lugar, me faz a pessoa mais feliz... O que quero dizer, meu caro, é que as coisas mais importantes dessa vida são as mais simples; as quais você deve achar também que ninguém mais liga porque não se compra. É um erro pensar assim. Te garanto, meu caro, dinheiro nenhum paga a sensação de paz, tranquilidade, carinho e amor mútuo e a verdadeira felicidade. E você não precisa dele para mostrar que é um ser humano incrível. Basta você querer. Eu, por exemplo, não preciso de uma cama da melhor qualidade para ter um sono tranquilo. Na verdade, se a minha consciência está tranquila, nada me tirará o sono. Sua consciência é tranquila?
- Considerando quem sou no meu ramo e com isso, as responsabilidades multiplicadas... Bem, você já entendeu... Não é. Nunca foi tranquila. Fiz muita coisa errada nessa vida e me iludia comprando qualquer coisa para essa maldita sensação de "peso" da culpa passar, mas não adiantava. No dia seguinte, tudo surgia a tona em minha mente outra vez. Eu sou um tremendo idiota... É o que você deve estar achando, não tiro sua razão.
- Você tem que colocar na sua cabeça que é um ser humano. A mesma capacidade que você tem de errar, você tem de aprender, acertar e aceitar. Não sugiro que esqueça do que fez, ou que finja que nada aconteceu, e sim, ameniza sua dor que só a culpa traz. Ou seja, se arrependa. Peça perdão; essa é a forma mais eficaz de acabar com qualquer inimigo.
- Nem sei como ou porquê eu disse tudo isso à você, mas... Não sei, me sinto melhor por ter conversado contigo. Obrigado.... Quem é...!?
- Conversou comigo porque quis, meu caro. Ou necessitava conversar com alguém que não o conhecesse a fundo, não podendo te julgar, e que, apesar da pobreza, demonstrou o desinteresse em seus pertences, bens materiais que talvez, em seu pensamento, outra pessoa fizesse o contrário. Mas não há o que agradecer, se te ajudei, foi porque você precisava. Bem, eu vou indo... Preciso cuidar dos meus outros jardins...
- Hei, espera! Quem é você?
- Uma pessoa feliz, meu caro... Uma pessoa feliz.

(texto e desenho (mal feito Haha) por Damasceno)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aprendendo a viver


"Não sei mais escrever, perdi o jeito. Mas já vi muita coisa no mundo. Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem. Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar. Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou-se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura."

Clarice Lispector.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vazio


Foi por isso que eu sumi alguns dias, na verdade, não estava muito bem para simplesmente escrever, discorrer, não estava bem para fazer nada. Também não queria ser hipócrita, fingir que estava tudo bem enquanto meu mundo desabava e ainda desaba sobre minha cabeça. Não estou nada bem, sinto esse maldito vazio profundo em meu peito há dias, misturado com tédio e chateações corriqueiras. Um mesclado nada desejável nem muito fácil de tragar.

Estou sozinha em casa. Talvez seja um dos meus problemas. Há tempos não vejo ou converso com meus amigos pessoalmente. Essa merda de Internet ilude as pessoas, mas para mim os scraps respondidos na bosta do orkut nunca foram suficientes para matar saudades deles. Sinto que preciso de algum contato físico, seja um simples e breve aperto de mão ou um abraço caloroso e interminável.

Ao mesmo tempo que preciso de companhia, desejo a solidão... Me tranco em meu quarto, me isolo do mundo lá fora e mergulho em meus pensamentos. Gosto de sensação, de ficar sozinha e não preciso de nenhum tipo de substância alucinógena para viajar nas minhas ideias, faço isso naturalmente... Porém, já me deram um alerta:
"O problema de conseguir o que quer é que, depois de algum tempo, o que desejou com tanto anseio acaba não te dando mais prazer. Não é mais suficiente para suprir sua indigência e alimentá-los (seus desejos frívolos) é perigoso."
Isso tudo está bem confuso, eu sei, até para mim, acredite. Como eu disse no começo, não estou nada bem e não é mentira. Talvez nem fosse o momento de colocar para fora o que me incomoda, os acontecimentos ainda estão recentes, está tudo fresco e minha cabeça ainda dói. Minhas ideias estão perdidas no labirinto do meu córtex cerebral. Acho que vai demorar um pouco mais para eu criar coragem e resgatá-las...

"I am tired, I am weary.
I could sleep for a thousand years...
A thousand dreams that would awake me.
Different colors made of tears"
(Venus in Furs, The Velvet Underground & Nico)

Por enquanto, é tudo o que eu posso dizer.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Preconceito: um câncer social.


A crítica acusa a existência, o preconceito a anula.

Em terra de cegos, quem tem olho não é rei. É um estranho no ninho, um mero objeto de escárnio e rejeição.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vá minha tristeza...

E, por favor, não volte tão cedo! Haha.

Não, eu não nego minhas dores, pelo contrário, estou aprendendo a lidar com elas, mas hoje eu estou tão bem, só não quero (ainda) ter motivos para entristecer.

E quero fazer à vocês, leitores, uma simples indagação se parecendo até com uma piada, mas não é (assim espero, haha). Acabei de chegar da padaria e um senhor, conhecido meu, Seu Augusto, dono dos cabelos brancos mais legais que eu já vi, me fez essa mesma pergunta, maaas ele me deixou sem resposta! ><' Contudo, adoro conversar com ele, gosto de saber a sua visão sobre a vida, podendo assim me ensinar a encarar os problemas de uma forma mais branda. Enfim, não quero buscar as suas respostas dessa pergunta, senhoras e senhores, e sim, que questionem a si mesmos, certo? E... Voilà!

Por que choramos ao nascer e, outros choram por nós, ao falecer?

Possivelmente, Sr. Augusto estivesse mesmo só contando uma piada e eu a levei a sério demais. Só não posso negar que, no caminho de volta, cheguei a uma resposta. Quem sairia do útero materno para viver nesse mundo louco? Se tivéssemos consciência, mesmo bebês, do estado em que se encontra o mundo, choraríamos desesperados para voltar ao nosso "paraíso particular". Entretanto, não parei pra pensar, mas as tristezas, assim como as alegrias, são privilégios dos vivos e só os vivos podem vivê-los.
A vida é um grande espetáculo, e somos o artista e a platéia. Fazemos e presenciamos um imperdível show, todos os dias. Então, será que valeria a pena perder tudo isso? Aos poucos, aprendemos a enxergar o mundo com outros olhos. Independente das lentes e ângulos de visão, sendo caóticos ou privilegiados. No entanto, podemos mudá-la quando necessário. Improvisação, criatividade e vontade. Não se esqueça que faz parte do espetáculo da existência, e para torná-lo o melhor já visto só dependerá de você. Mostre-se um grande artista.

Talvez, minha visão sobre a vida ainda seja muito fantasiosamente poética que realista, mesmo para alguém que já cogitou em pôr um fim em tudo. Minhas retinas não estão fadigadas, ainda não se vê em meu rosto marcas de castigos pelo tempo e minhas costas ainda não se curvaram perante o cansaço por insistir em carregar o mundo nelas, mas creio que não precisa chegar a este ponto para saber que, apesar de tudo, a vida é bela.

Boa quarta!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Já parou para pensar em seus próprios pensamentos?


E no simples ato de pensar, já?

A capacidade de construir pensamentos não os encanta nem perturba, senhoras e senhores?

Não é um gênio, mesmo reprovado por possuir um QI abaixo do padrão, só por ter tal capacidade?

Seguir em seus próprios labirintos do córtex cerebral, resgatar entre milhões e milhões de opções uma única idéia e voltar ileso, sem ter se perdido em nenhum momento, não os deixa pasmos? Não os deixa deslumbrados por serem capazes dessa façanha?

Que tal pensar nisso?

domingo, 4 de outubro de 2009

Sonho bizarro

Olá.

Acabei de sonhar com um filme do Sherlock Holmes e estou tentando entender o porquê. Bem, não foi exatamente com o filme, mesmo porque ele ainda nem estreiou. Mas a forma de como o sonho surgiu se pareceu com um.

Não houve nada que me fizesse lembrar do (mal)dito cujo. Porém, na noite anterior, havia lido um blog com contos melodramáticos de fatos reais (que só a própria vida e a indústria hollywoodiana sabem fazer =p) e estava realmente fragilizada, comovida. Meus olhos ameaçavam a soltar as lágrimas periodicamente, ao pensar nas estórias.
E agora me pergunto: Por quê Sherlock Holmes? "Elementar, meu caro, Watson!"

Como de praxe, tudo acontece de repente... Então, de repente, sem (mais) um motivo aparente, euzinha aqui estava diante (porque não era assistindo ao filme no cinema, ou pela tv. Tudo acontecia ao alcance dos meus olhos) de uma cena cômica.
Johnny Depp estava usando uma peruca loira curta e olhava para uma mulher obesa, era uma policial, que o questionava fervorosamente (sobre o quê, eu ainda não sabia). Passei por eles sem ser percebida. Atrás deles, como cenário, haviam escadas rolantes. (?)

Johnny Depp, o que você fazia em meu sonho conversando com uma obesa, usando uma curta peruca loira no mêtro (foi o que me pareceu) ? O.O'

Nada além do clicher "de repente", não mais que de repente, eu estava noutro lugar onde a presença de Sherlock Holmes chamava a atenção de todos, inclusive, é claro, a minha. Mas ele era estranho, me pareceu alterado, a base de muuuuita droga. Muita mesmo!
Mal vestido, suado e com cara de quem passou três dias/noites direto acordado numa rave.

Mas, que para o alívio geral da nação (departamento de polícia britânica, me refiro), Holmes, brilhantemente, desvendou o mistério de um caso de assassinato (que nunca saberemos. Caso eu sonhe que possa me teletransportar para o início exato do crime em questão... Nada feito).

Sherlock Holmes nada mais é quem...
Sério, não podia ser outra pessoa a não ser
Robert Downey Jr.
[modo menininha messias on]
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH EU ADOROOO O R.D JR!
[modo menininha messias off]

E outra vez o maldito de repente aconteceu. Após saber do caso solucionado, Holmes e todos presentes no local, dormiram. (???) Por quê não? HAHAHAHAHAHA
Acordei quase afogada numa poça de sangue. Levantei num pulo/susto incrível e todos acordaram também. O único calmo (talvez pelo cansaço) naquela estranha situação, e já acordado há tempos (ou nem havia dormido de fato), apesar da aparência deprimente, era Holmes (mais um crime a solucionar, vida difícil, heim!?).
Ele, parado olhando pra mim, dizia algo sobre o maldito silêncio e que só era quebrado pelos batimentos cardíacos. Só olhei para baixo por alguns instantes, então, eu vi um corpo com um enorme buraco no peito ao meu lado. Talvez, o assassino gostasse tanto de silêncio que se incomodou com o bater do coração da vítima (tenho certeza que acontecem com vocês, não consigo de jeito algum ver claramente rostos em sonhos, então, poupem-se em perguntar).

Que assassino cruel! Por pouco eu também não danço. G_G

Nesse instante, alguém chama desesperadamente por Holmes, (Dr. Watson? Talvez) para que o acompanhasse até a outra extremidade e/ou mostrar alguma pista, ou outro cadáver... Suposições.
Voltei a atenção para mim. Me vi no meio da sala da minha casa, e o início de um comercial passando na tv.

Caramba! Que merda! Tô num maldito filme ou aconteceu de verdade? Alucinações? Drogas?
Me perguntei até chegar a conclusão que precisava parar de fumar. Então, desliguei a my fucking telly, com a certeza de que, na verdade, não saberia disso tão cedo. Aí, fui em direção a cozinha, quando vejo o elenco do mesmo filme que passava na tv (ou não, eis a questão), atuando. Parei pra ver como se fosse a coisa mais normal e rotineira. Uma mulher muito bonita reclamava da demora de Holmes em aparecer, ela parecia bem nervosa e Holmes bem atrasado, então, a tal moça resolveu o telefonar.

Gente, sério, não tive culpa alguma por ter sonhado com... isso, e fãs de Holmes que me perdoem, mas a cena retratada a seguir irá chocar vocês. Hahahahaha. /nãopudeevitar

Como num filme, após a moça bonita se questionar a demora de Holmes e o telefonar, a cena, imediatamente, surgiu ao som de uma música muito dançante. A imagem parecia estar num close total, que aos poucos, crescia. Ouvia-se também um barulhinho bem irritante em meio a música alta, era o telefone. De algum modo, pensei que fosse. Sherlock Holmes estava diante da estante, sentando, se olhando num espelho em seu quarto se... Preparando para o encontro, por assim dizer, nada romântico. Sabemos que Holmes era dono de uma personalidade forte, arrogante, nada sentimental, e diante dos fatos (no sonho, vale a pena lembrar) delatados, nada haveria de contestar.
Sr. Sherlock Holmes estava, na verdade, se travestindo. A medida que a imagem crescia, podia ver claramente Holmes de baton com gliter de cor rosa. Cabelo penteado, recém repicado. HAHAHAHA Desculpa a piada infame, mas era hilariante. Via-se Holmes muito alegre na companhia de três "amigas" também travestis.

Sherlock Holmes, o maior detetive inglês da história, gay.

Eu nunca li uma história sequer escrita pelo criador de SHERLOCK HOLMES, Conan Doyle, mas gostava muito das poucas que ouvia. Não havia então indícios para duvidar de sua masculinidade, mas, talvez agora tenha - a sua cara de acabado em meu sonho diz mais do que a (cons)ciência pode explicar. HAHA'

Repito: Não tenho nada contra o detetive, e muito menos se ele, no caso, fosse gay. Quero deixar bem claro que nada tenho eu a ver, muito menos culpa, de sonhar, tá? Ainda não sei do porquê do sonho nem mesmo explicar, entretanto, sonhos são proféticos, ou (provavelmente) não passam de pura alucinação, válvula de escape da mente, de uma cabeça vazia que, devo dizer, atualmente é o estado da minha.

Essa porra me custou duas folhas (4 pág) do caderno e agora 3 horas a menos de sono. Talvez, eu disse talvez, eu não faça isso novamente... Mas, neste caso, de tão hilário, julguei merecedor, o relato.

Bom domingo, bons sonhos.

(por Damasceno)

sábado, 3 de outubro de 2009

Temperamento impulsivo


“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.


Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

Clarice Lispector

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estranho...


Cada um tem sua teoria, seus dilemas, uma vida... Suas vontades, decisões, atitudes que não valem nada. Somos seres humanos, somos seres adaptáveis. Somos sonhadores e hipócritas, egoístas e corruptos. Voluntários a espera de recompensas. Falhos. Somos, na verdade, a escória, o verdadeiro mau do planeta. Sanguessugas, parasitas, vermes nocivos... "Superiores" (de merda).


Não é lá muito legal você, ao invés de ouvir pela manhã o famoso "bom dia", levar uma porrada dessa na orelha. Mas não contesto, eu concordo, admito. Oras, somos assim, e não adianta negar, negando você se ilude ainda mais... Temos lado bom, sim, há raras exceções, mas no final das contas... valemos menos que um porco e somos capazes de qualquer coisa para (sobre)viver melhor que outrem.

Porém, o que acontece comigo é o problema de ter que lidar com pessoas que pensam ser donas do mundo. Há vários conceitos de "mundo", e uso bastante, no meu caso é quando me refiro ao refúgio dos meus pensamentos, lamurias e alegrias contidas. Lá, não imponho nada a ninguém, entende? Mas não é o que acontece no "mundo lá fora".
Se eu quiser opinião alheira, eu mesma procuro de quem quero ouví-la... E tenho a consciência que esse meu texto está/é uma bosta, porque nada que eu disser vai fazer alguma diferença no comportamento das pessoas. Porém, me acho também de ter, ao menos, o direito de deixar minha reclamação a vista de todos.

A citação foi dita por um bêbado lúcido (se é que posso escrever desta forma) em Sto. Amaro. Não foram essas exatas palavras, se é que me entendem. Contudo, foram as que me deixaram estranha a tarde toda. Pensei: "Como ninguém ouve esse cara? Por mais bêbado que estivesse, ele não está mentido, correto?" Talvez, se eu tomasse dessa mesma dose de coragem, provavelmente estaria ao lado dele, o apoiando. Não foi o que fiz, mas eu o ouvi, refleti e creio que se algum dia, tivermos de ouvir essas mesmas 'verdades', talvez, ele fosse a pessoa mais apropriada. E de preferência, sóbrio.

Olha, impedir de que falem o que pensam, eu não posso. Só não reclamem depois quando ouvirem o que não querem. Aprendi que certas coisas não tem a necessidade de serem ditas... Porém, se houver, faça da melhor maneira. Nunca é tarde para aprender.

Bom começo de mês...