sábado, 19 de setembro de 2009

Ainda me resta...




Esse mundo não existe mais.
O meu, no qual eu me escondia. Vivia.
Alguém entrou, o envenenou. Quem? O "invasor".

Mandá-lo embora não adianta mais. Agora é sua posse.
Guerra? Meu mundo já foi destruído, não há para o que lutar.
Não há ninguém comigo, sempre fui só.
Eu, no meu mundo perdido. Porque no final estaremos sozinhos.
Tudo se esgota sem nos darmos conta. Minha força já está no fim.

Olhar para o horizonte, ainda faço. Vou encontrar meu novo mundo.
Chame de "força de vontade", de "esperança", como queira.
Mas recomeçar, é o que ainda me resta...


(fim)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sexta-feira.

Se tornou o pior dia da minha vida.

Não vem ao caso, o problema. Fique ciente que agora não suporto todas elas.
Se o que me incomoda hoje acabar algum dia, quem sabe eu volte a gostar das sextas.

Obs: Mais um daqueles desabafos sem sentido... Pra você, é claro.
Não é por isso que estou melancólica, já acordei meio "down", e só quero fechar as postagens de hoje com chave de ouro.
Nada melhor que Radiohead para me acalmar...

Dilema? Que dilema?



Os meus.

Estou em dois dilemas, o primeiro é besta, confesso, que é: Não sei que modelo usar para este blog.
Não quero nada mórbido, ou alegre demais. Nem muito escuro e nem claro.

Mas este, no momento, consigo visualizar um escritório cheio de mobílias antigas. Uma mesa e uma cadeira de madeira escura que estão posicionadas na minha frente. Há uma enorme janela atrás, sem cortina, onde posso ver um belo jardim. Está de noite, o céu limpo e a lua está tão brilhante a ponto de não ser necessário uma lamparina para iluminar o cômodo. Me vejo aproxima da mesa e lá está uma folha em branco, percebo que tem uma textura velha, amarelada, só na espera para ser escrita. Sem cerimônias.

Isso me traz uma sensação boa, de que estou no meu lar, no meu canto e quando me der na telha, escrevo na folha. Bem, se eu continuar a olhar desta forma para este modelo, talvez o meu dilema número um tenha sido resolvido...

Mas nem tudo se resolve tão fácil assim. "Nada é fácil", é o que dizem.
É agora que entra a segunda questão, dilema...

Que caminho seguir?

Não quero ser "metralha", sair atirando para todos os lados na esperança de acertar um alvo, eu quero foco. Saber se o que quero vai me trazer bons frutos, ou ao menos não arrependimentos. Tenho medo sim do que pode vir a seguir, o que não me impede de fazer. Arriscar.
Já me disseram que sou nova demais para me preocupar com essas coisas. Outros, que se eu não fizer alguma coisa agora, pode ser tarde demais.
Tudo é demais, e demais atrapalha... Como conselhos não pedidos.

Bom, tenho mais alguns dias para pensar em alguma coisa, mas o primeiro passo já foi dado.
Acredito que isso tem muito mais importância.

Update: O cenário mudou, voltou a ser o que era. (atualizações desnecessárias)

E agora?

Pois é... E agora?

Acho que agora eu posso então resgatar a minha já perdida, há tempos, liberdade de expressão. E agora o sujeito sou eu, tampouco importa a análise sintática da frase. A vírgula que provavelmente esquecerei ou, quando, a, usarei, compulsivamente.
A repetição das mesmas frases, dos mesmos assuntos, dos mesmos erros e dos mesmos fatos, reclamações e lamentações. Nada disso realmente importa.
Só quero ser eu, poder ser do meu jeito.

E que importância isso tem?

Ah, eu quero pelo menos desabafar!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Meu futuro promissor.



Eu sei que não tenho lá um vocabulário impecável, mesmo considerando o fato de ter lido bastante este ano. (Hahaha o que eu quis dizer com isso?) Principalmente livros com escrita complicada, composta por palavras que te fazem consultar o "pai dos burros", o dicionário, várias e várias vezes. Sei lá o que acontece comigo... Ou sei. Não importa! Quero somente escrever um texto decente que possa ser lido, mesmo não sendo aquele tipo de texto que dá gosto de ler. Por eu já desconfiar que, só por este começo, não será tão saboroso assim nem pra mim... Tá, vamos ao texto, certo?

Ontem eu recebi um telefonema. Era de meu pai... Vou explicar a nossa relação de "pai e filha" antes. Na verdade, nem sei se isso vai ajudar a não deixar o texto confuso, mas eu sinto que preciso.

Bem, desde pequena eu não via com frequência os meus pais. Eles são divorciados. Minha mãe trabalhava o dia todo, mas depois que ela começou a fazer faculdade, nem de noite eu a via. E a cada 15 dias eu saía com meu pai. Porém, eu não ligava, nunca cobrei presença dos dois, mesmo porque, naquela época, eu não tinha a mínima noção daquilo, do que era certo e errado no que faziam e muito menos que a consequência disso cairia sobre mim.
Não, ao contrário de alguns amigos meus, eu não fui uma criança prodígio. Só tirava notas altas nas matérias escolares (essa fase acabou após eu entrar no fundamental), mas era uma verdadeira tonta nas questões sociais. Talvez, se eu tivesse sido criada pelos meus pais, eu seria outra pessoa... Talvez.

Meu pai é o ser humano mais pacato que conheço, ao contrário de minha mãe que gritava (e ainda grita) comigo (mas hoje em dia eu revido, às vezes). Meu pai nunca elevou o tom de voz. Ela me dava beliscões, chinelada e puxões de orelha. Ele nunca ergueu a mão contra mim... Ele dizia que queria respeito de mim, não medo. Talvez, creio eu, ele soubesse que, apesar da distância e do não convívio, ele era importante para mim.

Então, ontem eu fui bombardeada por perguntas que, se fossem feitas por outra pessoa e num tom diferente eu teria soltado os cachorros pra cima da fdp, com toda certeza, mas não. Eu fiquei triste por terem vindo da fala calma... A do meu pai.
Ultimamente eu venho me admitindo muita coisa, como ser uma pessoa sem futuro. Sem expectativa. "Um bicho sem sonhos". Sabendo disso, meu pai reclamou os por quês: "Por que você não está estudando, fazendo faculdade? Por que você não procura o que gosta de fazer e corre atrás disso pra ser alguém bem sucedido na vida? Por quê, minha filha?".

"Não me ligou no meu aniversário e nem em dia algum, sumiu do mapa e quando aparece me questiona?"... Se eu fosse outra pessoa, certamente o responderia dessa forma. Mas, realmente, não era uma bronca que ele me dava ao telefone, foi mais um daqueles "acorda pra cuspir!". E ele levantou uma questão que já invadia a minha mente há algum tempo. "Se você, minha filha, não crescer (profissionalmente), e eu não estiver mais aqui em vida, com quem você vai contar?". Eu tenho consciência disso, mas ele me dizendo foi ainda mais assombroso. Ele me deixou sem fala, não aguentei e chorei feito uma criança que acabara de estourar o joelho.

Meu pai tinha razão e eu não pude me defender porque nem eu mesma cogitei em fazê-lo. E além de seus questionamentos, ouvi também confissões, lamentações por não ter sido um pai mais presente. Eu disse que não fui criada por eles, ele me deu razão. Foi um erro que cometeram, mas não os culpo, pois agora eu poderia fazer tudo diferente. Estar estudando na faculdade. Trabalhando. Sendo o orgulho dos pais. Do meu pai.
Mas eu não sou, porque nada fiz para ser. E ao falar com ele, me doeu o peito por perceber que sou uma péssima filha. Eu errei também.

Sei que nada vai mudar só por eu ter arrumado algum emprego. Minha mãe vai continuar a cometer erros (talvez os mesmos erros, o que é pior) com o caçula. Meu pai vai continuar a morar longe e ligar de vez em quando. E minha irmã e eu, ou continuaremos na mesma, ou a situação vai piorar drasticamente. Eu me pergunto, qual é a vantagem? Dar uma lição de moral em toda minha família não a fará mudar. Sei do que estou falando. Nada vai mudar.

No entanto, sinceramente, não quero que os questionamentos dele sejam em vão.
Por ele, eu farei alguma coisa por mim.